terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O mito hippie. Franck Michel

O mito hippie e suas sequências, com as suas revoluções sociais, musicais e políticas, os seus heróis que são outros tantos convites à viagem (o Che, sem dúvida o melhor exemplo, mas também os festivais, como o Woodstock, ou os filmes, como Easy Rider ou More). A estrada e a liberdade estão omnipresentes, mas talvez ainda mais a libertação, tanto dos povos como das consciências. A procura existencial é aqui sobretudo de ordem colectiva, permitindo a viagem ir não apenas a Goa ou Katmandou como a Ardèche ou Summerhill. As questões da autonomia e do ambiente são despertadas e finalmente o "regresso ao território" é uma premissa do "turismo de proximidade" dos nossos dias; o desenvolvimento pessoal, tal como o sector prolífico do bem estar, mergulham as suas raízes nesta época no entanto pelas acções colectiva. O regresso: recentemente, desde o principio do terceiro milénio, este mito hippie conhece um renascimento em favor da conjuntura internacional, das ameaças ambientais, dos movimentos altermundistas. A crise convida á recessão e a ecologia politica renasce mais bela que nunca; é certo que ecolo e bio rimam com bobo, mas a moda do "regresso à terra" funciona como o palco de Larzac ao qual corresponde o negócio das residências secundárias e do turismo patrimonial e de proximidade.

Franck Michel, Voyages Pluriels. Écahnges et Mélanges. Paris, Livres du Monde, 2011, p. 35.

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